Makukula esteve dez dias a estudar o Besiktas antes de vencer no Inonu, no passado sábado. Villas-Boas já o faz há muito tempo, restando saber se vai tirar iguais proveitos. É que o Manisaspor do internacional português tinha a lição bem estudada e o avançado conhece bem todas as lacunas do rival dos dragões, tendo-as desvendado em conversa com Record.
“O treinador já me tinha dito que eu não ia marcar golos. A minha tarefa era prender os centrais e abrir espaços para os alas. O Besiktas é uma equipa que se desorganiza muito”, explica, identificando elementos que podem explorar as fragilidades da equipa de Schuster. “É preciso usar as laterais ofensivas. Pelo que conheço do Besiktas, este será um bom jogo para Hulk e Varela rebentarem com eles. Se o avançado segurar os defesas, vai sobrar muito espaço para eles entrarem”, antecipa.
Villas-Boas pode ganhar o desafio no modo como o preparar. “Schuster tem currículo, mas o futebol turco é caótico e o Besiktas tem problemas táticos. Por aquilo que vejo do FC Porto, é óbvio que pode ganhar”, analisa, lembrando que o adversário gosta de ter bola e tem uma combatividade muito própria. “Num jogo europeu e com um oponente de renome, a motivação do Besiktas será outra. O ambiente é muito intenso e obriga a equipa a lutar até ao fim”, recorda.
Guti e Ricardo Quaresma, que são cartas fora do baralho, deixam um vazio na manobra turca. “Sente-se muito a falta que fazem. São as unidades que agitam o jogo a meio-campo e não têm substitutos à altura”, reconhece quem elogia o avançado. “Bobô está em grande forma e é um perigo para qualquer defesa”, alerta sobre o brasileiro que já tem 6 golos na Liga turca e outros 3 na Europa.
Iniciativa
É, contudo, um Besiktas limitado (Ferrari também está em dúvida) e desconfiado aquele que vai defrontar o FC Porto, algo que não deve ser sobrevalorizado pelos dragões. “São uma equipa que gosta de ter a bola, sobretudo em casa. Contra nós tiveram mais de 60 por cento de posse, mas isso não nos incomodou e até foi de encontro ao que tínhamos pensado. Apostámos no contra-ataque e nos desequilíbrios e tudo correu conforme o treinador tinha previsto. Trabalhámos em cima desta estratégia durante muitos dias e tudo nos saiu bem”, adianta.
Aos 29 anos, Makukula fixou-se no futebol turco. Depois dos 21 golos no Kayserispor, ainda só marcou 2 pelo Manisaspor. O futebol agrada-o. “É muito ofensivo. Taticamente ainda há algumas debilidades, mas é bom para um avançado como eu”, finaliza este ex-Benfica.