Grande jogo no Bonfim a abrir a escaldante 10ª jornada, com seis golos e duas reviravoltas no marcador que, com tudo somado, resultaram num emocionante empate 3-3. O Rio Ave, embalado pela primeira vitória, ainda ameaçou quebrar a invencibilidade do Vitória em casa, mas a equipa sadina puxou dos galões virou o resultado para 3-2, mas deixou-se surpreender nos descontos, perdendo a oportunidade de se colar ao V. Guimarães e Sporting no terceiro lugar.
Manuel Fernandes tinha-se queixado da falta de eficácia da sua equipa que em nove jogos tinha somado apenas cinco golos e decidiu trocar de avançados, deixando Henrique (ainda sem golos) no banco para apostar em Jaílson. Uma aposta que deu frutos de imediato. Ainda havia adeptos à procura do melhor lugar quando o brasileiro entrou de rompante na área para acorrer a um passe de Silva e transformá-lo em golo com um remate de primeira. Estavam decorridos apenas quatro minutos e o Vitória já vencia. O jogo estava rápido e prometia mais golos, com as duas equipas concentradas numa pequena faixa de trinta metros no centro do terreno. Quem conseguisse desequilibrar, tinha caminho aberto pela frente.
O golo madrugador empolgou os sadinos que praticavam um futebol mais directo, com passes em profundidade para as costas da defesa de Vila do Conde que, desta vez, contava com Ricardo Chaves, que também já foi central, no lado esquerdo da defesa. O Rio Ave ia respondendo com tranquilidade, de pé para pé, num jogo rendilhado que parecia não estar a dar resultados. Parecia até Bruno Gama arrancar da esquerda, ultrapassar Ney em drible e cruzar para o segundo poste. Um desvio traiu Diego e a bola foi direitinha para a cabeça de Yazalde que só teve de encostar para o empate.
O Vitória reagia de coração na mão, com constantes investidas, com especial apetência pelo lado esquerdo, com Zeca e Bruno Gallo a combinarem bem, mas o Rio Ave fechava-se bem e saia a jogar. Num livre de Zé Gomes, sobre a direita, surgiu o segundo golos dos visitantes. Bruno China fez o primeiro remate para defesa de Diego, mas João Tomás, ma recarga, não perdoou. Um golo muito festejado pela equipa de Carlos Brito que, depois da primeira vitória sobre o Sp. Braga, na semana passada, estava de novo na frente do marcador. O Vitória podia ter chegado ao empate antes do intervalo, com destaque para uma bomba de Pitbull que obrigou Paulo Santos à defesa da noite.
Neca assina segunda reviravolta
Manuel Fernandes não perdeu tempo e lançou Neca para a segunda parte, fazendo recuar Miguelito e prescindindo de Anderson do Ó. O Vitória ganhava mais fantasia no ataque, com o experiente médio a colar-se a Pitbull na zona central e o brasileiro, que tinha fechado o primeiro tempo com uma bomba, voltou a colocar Paulo Santos à prova com mais um remate de fora da área. O Vitória carregava, empurrado pelos seus sempre entusiastas adeptos, e acabou por chegar ao empate num lance de bola parada, com Ney Santos a cruzar para Valdomiro finalizar de cabeça. Tal como na primeira parte, o Vitória voltou a marcar cedo, mas desta vez não se deixou enganar. Recuou à espera da reacção do adversário e voltou a marcar na sequência de um rápido contra-ataque concluído de forma magistral por Neca.
O Vitória estava novamente na posição de vencedor, mas ainda havia mais jogo, até porque Sidnei podia ter empatado nos instantes seguintes, depois de lançado por Bruno Gama. O Rio Ave nunca baixou os braços e o empate voltou a estar à vista depois de uma defesa incompleta de Diego e uma perdida incrível de Yazalde que, com as redes à sua mercê, atirou de cabeça à trave. Manuel Fernandes, temendo o pior, prescindiu de Jaílson para reforçar a defesa com o «gigante» François. Ainda assim, equipa sadina tremeu e acabou por cair, em tempo de descontos, com João Tomás a assinar o merecido empate.