Lima, obcecado pela baliza (e pelos golos)
Tem o mérito muito elogiável de só olhar para a baliza: bola no pé, visão projectada para o golo. Tentou uma e outra vez, sempre, à espera de repetir os pontapés fulminantes que já conseguiu no Dragão e diante do Partizan, por exemplo. Desta vez os seus golos não tiveram o espectáculo dos antecessores, embora tenham sido absolutamente decisivos. Poderoso fisicamente, rápido e cirúrgico na finalização. Há muitos olhos em cima de Lima e ele não se importa com tanta atenção.
Márcio Mossoró, um talento sebastiânico
Só faltou uma dose de nevoeiro e uma banda sonora apropriada: quando a equipa mais precisou, lá surgiu Mossoró, por entre a bruma da necessidade urgente. Pontapé certeiro, a beijar a relva e a servir de ansiolítico a uma crise precipitada pela desvantagem no marcador. É um jogador especial, de facto. Não só por ser bom de bola, mas também por não se encolher nos momentos de alarme. Sem a intensidade das noites de excelência, Mossoró conseguiu ser decisivo.
Maurício, a riscar os céus de Braga
Longas páginas escritas na história do futebol português, sempre no mesmo estilo impetuoso e autoritário. Impossível não sublinhar a óbvia semelhança com Carlos Mozer, tanto na forma de correr, como na abordagem agressiva a cada um dos instantes do jogo. Belo golpe de cabeça, lá nas alturas, a desfeitear Felipe e a colocar a nu alguma permissividade na defesa arsenalista. Quem tem Maurício sabe com o que pode contar: fiabilidade, regularidade, um forte pontapé e uma torre altiva nas bolas aéreas.
Paulo Sérgio, agitador das alas
Especialista na arte do contra-ataque, da saída rápida para a frente. Atravessa período de fulgor apreciável, bastante confiante no trato da bola e no jeito com que desafia cada um dos oponentes. Sem fazer uma exibição do outro mundo, teve o condão de preocupar regularmente os laterais do Sp. Braga. Parece ter qualidade para regressar a um patamar superior. O Olhanense agradece.
Vandinho, a alma mater
Domingos tentou preservá-lo fisicamente, mas a perder teve de o lançar à arena. Começou por ser uma espécie de pivô defensivo, à frente do único central sobrevivente pós-intervalo. Fundamental no aumento de fluxo ofensivo, fundamental na subida de produção, fundamental na vitória. É a alma mater deste Sp. Braga.
Moretto, fantasmas antigos
A noite infeliz não invalida a boa temporada que está a fazer. Em Braga, no entanto, pouco lhe saiu bem. Tem culpas evidentes no segundo golo e somou um conjunto de acções carregadas de insegurança. Os fantasmas do antigamente sussurraram-lhe ao ouvido.